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2017-02-14 - Análise química de solo

A eficiência dos adubos em risco (e o culpado pode ser você)

Você costuma investir muito em adubação? Compra anualmente NPK? Segue todas as recomendações de uso, acreditando que é melhor aplicar "para garantir"? E a análise de solo e calagem? Faz a cada 2 ou 3 anos? Pois bem, você pode estar jogando tempo, trabalho e dinheiro fora!

No Brasil temos a predominância de solos ácidos, sendo comuns os "muito ácidos", com pH entre 4 e 5,5.

As plantas preferem trechos levemente ácidos a neutros, com pH entre 6 e 7. ”Nesta faixa não ocorre toxidez de alumínio e manganês, a disponibilidade dos nutrientes minerais é mais equilibrada e a atividade dos microrganismos que dão vida ao solo é maior”, aponta Oscar Alberto Raabe, presidente da Abracal.

Um estudo realizado pela Embrapa apontou que, em solos ácidos, as plantas absorvem apenas 27% dos elementos que integram o adubo. No pH 6,5, o aproveitamento alcança 93,9%.

Em solo ácido, as plantas absorvem mais alumínio e manganês. “Esses dois elementos, em excesso, agem como venenos para as plantas”, falou Raabe.

Veja na tabela abaixo a relação entre a eficiência dos adubos em relação ao pH do solo.

tabela-matéria-abracal-02

Então, como aumentar a eficiência da adubação?

A saída é realizar anualmente a correção do solo! Manter o equilíbrio do pH é fundamental para aproveitar ao máximo a adubação.

Realizar uma análise de solo completa, estratificada, traçando o perfil do solo é o primeiro passo. Com esses dados em mãos é possível estabelecer o fornecimento de Cálcio e Magnésio e consequentemente corrigir o pH do solo, aproveitando assim a calagem para já iniciar a adubação de macronutrientes.

No Brasil, o corretivo mais viável economicamente é o calcário moído, que contém principalmente carbonatos de cálcio e magnésio, é abundante e bem distribuído no país como um todo.

Incorporados ao solo, os corretivos reagem quimicamente e neutralizam as fontes de acidez. Após a calagem, o pH e os teores de cálcio e magnésio do solo aumentam.

Como o calcário tem um tempo de reação, é preciso realizar a análise anualmente, assim é possível manter o pH do solo equilibrado ano após ano, para aproveitar ao máximo os demais adubos e fertilizantes, que são na maioria importados e muito mais caros que o calcário.