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2013-05-15 - Análise química de solo

A importância da amostra para a análise do solo

A operação da qual depende todos os resultados é a amostragem, pois é esta que vai representar a área sobre a qual se farão todas as recomendações.

ANÁLISE DE SOLO: SUA AMOSTRA E CONFIÁVEL?

Muitos não se dão conta de que uma amostra de solo obtida de forma incorreta é o mesmo que enviar ao laboratório sangue coletado de toda uma família reunida em apenas uma única amostra. O resultado, com certeza, não refletiria doença ou saúde de seus membros.

Com base nesse erro, um medicamento poderia ser ministrado à todos, para combater a doença de um único membro. Sem falar dos riscos, efeitos colaterais e outros prejuízos biológicos, seria possível dizer que, do ponto de vista econômico, esta família estaria jogando dinheiro fora! Na agricultura é a mesma coisa.

Existem aqueles que nem se dão ao trabalho de fazer análise de solo. Preferem a comodidade da aplicação das formulações prontas. De outro lado, muitos produtores rurais, visando economia e racionalidade, anualmente enviam amostras aos laboratórios. No entanto, também não se dão conta de como é importante orientar uma boa e confiável coleta na propriedade para atingir seu objetivo.

Ambos, na maioria dos casos, perdem dinheiro porque, se de um lado pode haver sobra de elementos nas formulações, de outro os resultados podem não estar refletindo as reais condições químicas, físicas e biológicas do solo da propriedade.

Para um eficiente diagnóstico da real situação dos solos da propriedade é necessário que o produtor tenha em mente as seguintes condições: a análise do solo, a interpretação, a recomendação e os demais procedimentos de avaliação do estado nutricional das plantas começa, necessariamente, por uma confiável coleta de amostra de solos. Ou seja, todos os procedimentos de análise, interpretação e recomendação irão se basear na amostra coletada na propriedade.

Para se ter uma ideia da variabilidade dos elementos avaliados pelos laboratórios, as amostras de solo coletadas em lotes de até 10 hectares, conforme se recomenda, representam nada menos que um universo de 26 mil toneladas (considerando extensão e profundidade da área amostrada) dos quais serão submetidos a análise uma ínfima porção de 10 gramas de solo. Ou seja, todos os 14 furos ou amostras coletadas a cada 10 hectares (e nem todos assim o fazem) são reduzidos á uma única amostra composta que indicará padrões encontrados naquela área em relação a acidez, matéria orgânica, carbono, fósforo, magnésio, potássio, alumínio e outros elementos químicos.

"Quanto melhor a amostragem, melhor o diagnóstico e o resultado", observa o professor Roberto Fioretto, do Centro de Ciências Agrarias da UEL, lembrando também: quanto menor a área (ou lote) amostrada, menor o erro. Ele também destaca a importância do produtor levar em conta não só a variabilidade horizontal (extensão amostrada), mas sobretudo a vertical (profundidade). Significa realizar amostras até 10 e 20 centímetros, separadamente, para se conhecer o horizonte de fertilidade da propriedade. Da mesma forma, deve-se proceder a análise física, que permite conhecer a estrutura do solo e sua composição de argila, areia, silte, entre outros. Estes procedimentos permitem conhecer e acompanhar a evolução do manejo de fertilidade dos sistemas adotados pelo produtor.

Ao realizar uma coleta confiável de solo para analise, o agricultor só tem a ganhar: terá um diagnóstico para aplicação racional de fertilizantes, na medida das reais carências apontadas pelos resultados, e deixará de gastar com a compra de elementos desnecessários. Ou seja, não estará realizando nem sub nem hiper adubação da área. O custo da análise, em torno de R$ 25,00 por unidade de amostra obtida a cada 10 hectares, representa menos de 0,1% do valor da receita potencial da mesma área plantada com soja, por exemplo. Pode parecer pouco, mas uma diferença no resultado entre 0,05 e 0,10 centimol de carga de potássio por decímetro cúbico de solo (o símbolo é cmolc/dm3) pode representar, em áreas de 3 mil hectares de soja, muito comuns no Estado do Mato Grosso, nada menos que um gasto, ou uma economia, de R$ 50 mil, só neste elemento químico.

PREPARO DA AMOSTRA

Depois de realizada a amostragem, as amostras simples devem ser misturadas em balde plástico, a fim de se obter a amostra composta.

Após uma boa homogeneização é importante acondicionar as amostras de forma a facilitar a identificação posterior. O acondicionamento para envio ao Laboratório pode ser feito em "sacos plásticos", devidamente identificados, de preferência com etiqueta colada na área externa do mesmo para evitar o contato com o solo molhado, o que poderia danificá-la, inviabilizando a identificação no laboratório.

A Laborsolo fornece gratuitamente os sacos plásticos para acondicionamento das amostras.

A AMOSTRA DEVE CONTER CERCA DE 500 g DE SOLO