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2015-01-08 - Análise química de solo

Lucro no agricultura aumenta com solo bem nutrido

O pesquisador da Embrapa Antônio Marcos Coelho falou recentemente sobre a integração Lavoura-Pecuária e a importância da recuperação de pastagens e da correta adubação para a produtividade.

Ele aponta que na maioria das regiões produtivas do Brasil predomina o solo com baixa fertilidade natural e com alta acidez, o que requer a cada ano mais investimentos em fertilizantes, que normalmente são importados, e que para reverter o crescimento da importação (e os custos decorrentes dela) é necessário construir a fertilidade dos solos.

O manejo da fertilidade começa com o uso de uma metodologia adequada para a amostragem que irá conduzir a análise química e física do solo. Este seria o primeiro passo para um planejamento de adubação, considerando as culturas que irão compor o sistema de produção, principalmente quando há culturas consorciadas, onde o solo precisa ser recomposto para a cultura mais exigente.

O pesquisador lembra ainda que o calcário e o gesso agrícola são dois insumos importantes para a correção do solo, e que devem ser aplicados considerando os resultados obtidos na análise química do solo, principalmente no horizonte subsuperficial, ou seja, abaixo de 20cm (20-40cm). "Se essa camada apresentar grau de acidez que prejudique a planta, bem como baixo teor de cálcio, é justificado o uso do gesso agrícola. O gesso proporcionará uma melhoria da fertilidade do solo e maior desenvolvimento do sistema radicular da planta. Consequentemente, haverá maior tolerância da cultura aos períodos de déficit hídrico", orienta Antônio Marcos.

É importante destacar que quando o pesquisador se refere a “Grau de Acidez que prejudique a Planta”. Deve-se entender que esta é a Acidez Trocável, devido à presença do Alumínio tóxico e, não à Acidez Ativa, devido à atividade do Hidrogênio livre. Pois o que de fato prejudicaria a planta é a presença de alumínio e não a acidez em si. A acidez ativa não prejudica plantas até porque a própria planta acifidifica o meio. Dessa forma, o usuário deve se mirar no alumínio para o uso do gesso, conforme recomenda o pesquisador. Se não houver alumínio tóxico, mesmo sendo o solo ácido não se deve usar gesso aleatoriamente como tem ocorrido na agricultura. Basta atentar para os preços que este insumo tem sido comercializado. O seu uso virou moda, sem a necessária avaliação do seu uso. Deve-se realçar que o gesso não muda o pH do solo, portanto o gesso não é corretivo de acidez. O produto que corrige acidez e disponível no mercado é o calcário ou seus óxidos.

Não se pode esquecer ainda, que após o plantio, a maneira mais adequada para monitorar a fertilidade é através da análise nutricional da planta (análise foliar), que irá indicar quais os micronutrientes devem ser repostos/aplicados, já que estes elementos são de difícil mensuração no análise química do solo, sendo a análise foliar muito mais eficiente em detectar os desequilíbrios de micronutrientes.