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2017-03-30 - Análise química de solo

Quer aumentar sua produtividade? Comece planejando o longo prazo: construa o seu solo!

Alguns produtores rurais do Mato Grosso estão recebendo destaque na imprensa especializada nos últimos dias por obterem marcas expressivas de produtividade, que variaram entre 66 e 96 sacas/hectare de soja. As notícias muitas vezes são vinculadas a algumas empresas de fertilizantes ou sementes, mas vale destacar a fala dos próprios produtores, que mostram um preocupação com a construção de um perfil de solo adequado.

Um desses produtores, o Engenheiro Agrônomo José Eduardo Macedo, que já foi campeão em um concurso promovido pelo CESB na safra 2015/2016 com 96 sacas/hectare, relatou que "O plantio direto nesta região (cerrado) entrou mais como uma conveniência para facilitar as operações do que uma preocupação genuína para aumentar a matéria orgânica, e aumentar a proteção do solo com uma cobertura permanente, ou com uma cultura em desenvolvimento ou com uma palhada de cultura".

Ele lembra que a soja é sim uma história de sucesso no Brasil Central, mas que após 30 anos de produção no cerrado, é possível perceber os dados provocados pela monocultura.

A partir do final da década de 1990 a região começou a sofre com os nematoides, Macedo lembrou que, a partir deste período, ele introduziu - preocupado com os nematoides - um planejamento de longo prazo com a rotação de cultura, aporte de matéria orgânica, com o cultivo de culturas de cobertura entre as janelas de cultivo comercial, o que levou indiretamente a construção do solo.

Atualmente ele trabalha 1/4 da sua área anualmente com rotação de cultura, plantando nesta área 15 culturas diferentes, entre comerciais e de cobertura, destacando as gramíneas (principalmente arroz), leguminosas, trigo mourisco, nabo forrageiro, Níger (da família do girassol).

Com este planejamento e manejo ele tem obtido ano a ano um solo cada vez mais fértil, sofrendo menos com as estiagens, reduzindo investimentos em fertilizantes minerais, já que as análises de solo que são realizadas anualmente demonstram que não há necessidade de fazer adubações anualmente.

Macedo constata que não é possível saber quando o solo estará ótimo - ele está sempre em construção. Com isso, produz-se água, aumentando a capacidade de retenção e o solo aumenta sua atividade biológica. Para ele, os produtores devem começar a pensar nisso como um investimento - o resultado virá lá na frente.

Tanto Macedo, quanto outros produtores da região do cerrado, que vem realizando a prática de rotação de culturas, apontam que os talhões que apresentam os melhores rendimentos são aqueles que substituem as áreas anteriormente cultivas com gramíneas como arroz, braquiária, milheto, entre outras.

Via Notícias Agrícolas