Labor news

2017-01-17 - Análise química de solo

Reação do Solo: Entenda as diferenças entre os valores que aparecem na Análise Química do Solo

A reação do solo se refere às propriedades de solo que envolvem o pH.

O pH em última análise se refere a atividade do íon Hidrogênio nos solos. O hidrogênio embora seja um íon monovalente só possui um próton e, portanto, um único elétron. Este fato lhe confere características próprias bem diferente dos outros íons. Como por exemplo a característica de fazer ligações covalentes de alta energia que provocam reações que dirigem a maioria das demais reações que ocorrem no solo.

A atividade do íon hidrogênio é medido pelo pH.

Mas o que é a Reação do Solo?

Entende-se por reação do solo os processos que envolvem o pH.

O pH do solo em última análise mede a atividade do íon Hidrogênio. Quanto maior o pH menor a atividade de hidrogênio uma vez que:

pH = - log [H]

Assim se o pH for 7,0 implica que a concentração de H+ é igual ao do contra íon OH-.

No Laudo da Laborsolo encontra-se o seguinte Quadro:

reacao-do-solo

Veja agora como são extraídas essas determinações na Laborsolo:

pH em água

Nas análises de solo o pH deveria ser medido em água, isto é, mistura-se uma certa quantidade de solo com água, agita-se e mede-se o pH com um eletrodo através da diferença de potencial entre o meio aquoso e o eletrodo. Ocorre que a medida em água é de difícil execução devido a turbidez do meio do solo, que suja o eletrodo e interfere nos resultados.

Assim, opta-se por fazer a determinação em uma solução de cloreto de cálcio 0,01 molar e o valor do pH em água é calculado por uma fórmula de regressão.

pH em Cloreto de cálcio 0,01m

Como no solo há uma certa concentração salina optou-se por medir o pH em uma solução 0,001m de cloreto de cálcio, que corrige a condutividade elétrica, além de melhorar a decantação da argila suspensa durante a agitação facilitando a leitura do pH sem contaminar o eletrodo. Geralmente a leitura do pH em Cloreto de Cálcio (CaCl2) é 0,5 pontos abaixo do pH em água.

pH em SMP

Após a determinação do pH em cloreto de cálcio 0,01 m adiciona-se a esta amostra uma solução tampão conhecida como SOLUÇÃO SMP (Schumaker, Mc Lean e Pratney) em homenagem aos seus criadores. A solução SMP é tamponada à pH 7,5, isto é, ela tem dificuldade para sair deste pH.

No entanto quando adicionada ao solo e em contato com este, que possui um determinado pH intrínseco, o solo é capaz de fornecer íons hidrogênio para a solução SMP fazendo seu valor de pH cair abaixo de 7,5.

Quanto maior for esta queda maior é a habilidade do solo em fornecer hidrogênio para a solução. Assim, quanto maior for a queda do pH em relação ao pH 7,5 da solução SMP, implica em maior capacidade do solo em fornecer hidrogênio para baixar o pH. Dessa forma é possível se estimar o poder tampão dos solos, isto é, sua capacidade em recuperar o pH original em contato com uma solução alcalina. Assim, pode-se inferir que quanto menor for o pH em SMP, maior é o poder tampão do solo, isto é, maior a dificuldade em mudar seu pH original quando em contato com uma base.

A grosso modo, pensando-se em calagens, quanto menor for o pH em SMP, maior as doses de calcário necessárias para se fazer a correção a um pH desejável.

O pH em SMP é usado no RS e SC para realizar calagens.

No entanto, a principal finalidade de sua utilização em laboratórios de análise de solos é que existe uma alta correlação entre pH em SMP e o teor de Hidrogênio e Alumínio no solo.

Quanto maiores os teores de H + Al , maior é o poder tampão dos solos. Daí se estabelece uma correlação dos teores de H+Al com o valores do pH em SMP. Os teores de (H + Al) são assim tabelados em função do pH em SMP.

Os laboratórios de rotina utilizam estes métodos para estimar o (H + Al), uma vez que, o método oficial para sua determinação é feito com extração em Acetato de cálcio a pH 7,0 e titulação com uma base, o que dificulta a operação em rotinas analíticas.

DETERMINAÇÃO DE (H + Al) ou ACIDEZ POTENCIAL

Como visto acima, este é determinado em função do pH em SMP através de curvas de calibração e correlações.

No entanto, ocorre que o Alumínio se encontra no solo na forma se SEXIDRÓXIDO DE ALUMÍNIO, isto é, um átomo de alumínio cercado por seis hidroxilas. Esta espécie altamente reativa ao se hidrolisar conforme se faz calagem, por exemplo, com a finalidade de aumentar o pH dos solo, libera íons de hidrogênio. Esta liberação de hidrogênio a partir dos hidróxidos decorrentes da hidrólise faz o pH dos solos cair, portanto acidificando-os. Por isto, a soma de H + Al é chamada de acidez potencial: Se refere ao potencial que o próprio alumínio tem de acidificar os solos durante sua hidrólise.

DETERMINAÇÃO DE Al3+ ou ACIDEZ TROCÁVEL

O Alumínio no seu processo de hidrólise libera hidrogênio como descrito acima. Assim, a acidez trocável (Al3+) se refere à acidez provocada pela hidrólise do alumínio. Portanto, esta se refere a própria determinação do alumínio da amostra. A espécie tóxica do alumínio é o Al3+ que é um cátion trocável na forma Al3+ e que para efeito de fertilidade do solo é interessante ser próximo de zero.

DETERMINAÇÃO DE H+ ou ACIDEZ NÃO TROCAVEL

A acidez não trocável se refere à diferença entre a acidez potencial e a acidez trocável. Assim a acidez não trocável na verdade é a concentração do íon hidrogênio.

Portanto, no laboratório se determina a ACIDEZ POTENCIAL ( H + Al) através do índice SMP. Determina-se também a ACIDEZ TROCÁVEL (Al3+). O teor de Hidrogênio ou ACIDEZ NÃO TROCÁVEL é determinado pela diferença entre o H+Al e o Al3+.