Labor news

2013-07-18 - Corneta do Agro, Análise de fertilizante mineral

Antecipação e aumento da importação de fertilizantes e adubos: isso é bom ou ruim?

Foi divulgado na semana passada (08/07/13) que as indústrias compraram mais e anteciparam as compras de fertilizantes neste ano.

Segundo os dados do Portal do Agronegócio, as importações de adubos e fertilizantes cresceram 31% comparadas aos dados do ano passado, que já havia registrado um recorde no país.

A antecipação da compra, segundo as indústrias, é para evitar um caos logístico nos meses que antecedem o plantio da safra de verão, já que no ano passado houveram longas filas de navios nos portos, principalmente em Paranaguá.

Segundo a reportagem, após uma safra de preços elevados para os grãos, a boa renda ao produtor está impulsionando a compra antecipada de insumos.

Vale lembrar que o Brasil importa 75% dos nutrientes que usa como adubo.

Fonte: Midia News e Portal do Agronegócio

O que chama atenção na notícia é que a importação de fertilizantes será 31% maior que no ano passado. Mas baseado em que está se aumentando a importação em 31%?

Lógico que esta previsão está baseada na possibilidade de vender esta enorme quantidade de fertilizantes. Porque para se verificar a real necessidade do uso de fertilizantes a lógica implica que se deveria fazer a análise dos solos antes de se tomar a decisão da compra. No entanto, as análises de solos não aumentaram nas mesmas proporções.

Assim os agricultores estão mais uma vez adubando no escuro. Isto é a mesma coisa que automedicação. Mas como sempre a logística é complicada, as estradas são péssimas e os portos não têm estrutura para movimentar grandes volumes, “então vamos adiantar as compras!”.

Agora cabe mais uma questão: baseado em que parâmetros os agricultores farão as aplicações de NPK? Logicamente baseado em dados empíricos.

Como se sabe a maioria dos agricultores é leiga em Agronomia. Além disso, não usam consultoria especializada. Quando procuram o agrônomo já decidiram o que pretendem fazer, e na maioria das vezes o agrônomo se sente obrigado a referendar a decisão, pois caso qualquer outro efeito adverso acontecer à lavoura, a culpa sobra para este porque interferiu na decisão de adubação. Como o agricultor não controla os efeitos bióticos e abióticos, alguém tem que ser o culpado do insucesso, caso ocorra.

Ressalta-se que estes fertilizantes segundo a reportagem somarão US$ 4,2 bilhões em divisas que deveriam ser mais bem avaliadas até porque fertilizantes deveriam ser levados mais a sério.

Isto é segurança alimentar, não é só um negócio. A própria soberania do país depende disto.

Na próxima segunda-feira (22/07/13) vamos continuar neste tema, mostrando os perigos do uso indiscriminado de fertilizantes e adubos. Marque na sua agenda e não deixe de conferir!