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2015-09-15 - Mercado Agrícola

Novas pragas detectadas no Brasil: é hora de ficar alerta!

Uma mosca, uma lagarta e uma planta daninha. Este é o saldo dos últimos meses no que diz respeito a novas pragas que adentraram o país.

Os riscos são enormes, principalmente para as principais culturas do país: soja, milho e algodão. O que coloca especialistas e agricultores em alerta para erradicar esses invasores através de reforços nas ações fitossanitárias.

Já havíamos comentado antes sobre o risco dessas pragas chegarem ao país, e nos últimos meses três novas foram identificadas.

melanagromyza-spJá citada anteriormente aqui, a primeira delas é a Melanagromyza sp ou mosca-da-haste da soja, identificada no Rio Grande do Sul, sua porta de entrada mais provável é a Argentina e Paraguaia, áreas que já estão amplamente contaminadas com a mosca e fazem fronteira com o estado. Ela está presente em várias regiões como Espanha, África do Sul, Líbano, Egito, Emirados Árabes, Ásia e Oceania, sendo que na Austrália já causou perdas de 30% na produção de grãos.

O Brasil ainda dá pouca atenção para a praga. “É preciso mais agilidade. Paraguai e Argentina poderão fazer o controle da Melanagromyza mais facilmente, pois terão produtos disponíveis para o combate mais rapidamente. Eles já estão testando produtos. No Brasil, a burocracia deve retardar a chegada desses produtos”, afirma Jerson Guedes, pesquisador da Universidade Federal de Santa Maria.

helicoverpa-punctigeraA segunda praga é "parente" da nossa já conhecida Helicoverpa armigera, a Helicoverpa punctigera é tão agressiva quando a armigera e causa danos de até 16 sacas por hectare de soja, 54 sacas na de milho e até 76 sacas no algodão.

Foi detectada no Ceará, e ainda não se sabe como chegou ao Brasil. Os registros relatam sua presença na Oceania, principalmente na Austrália, onde foi detectada em 1984 e age em conjunto com a Helicoverpa armigera. Atualmente o sistema de controle realizado na Austrália utiliza-se do cultivo de sementes com tecnologia BT e quase nenhuma aplicação de agrotóxico. Em visita feita a região, o IMAMT divulgou que para a sustentação do plano, que sofre alterações a cada safra, basicamente quatro ações são realizadas: uso de refúgio – mandatório e realizado pelos produtores em configurações estabelecidas pela pesquisa; semeadura dentro de uma janela definida de cultivo também estabelecida pela pesquisa; destruição das pupas da praga no solo ao final da safra (refúgios e cultivos); e monitoramento da resistência de populações da praga às toxinas de Bt a cada safra. Quando necessário, apenas pragas sugadoras são controladas com inseticidas seletivos, sendo que o número de aplicações não ultrapassa três. “Em algumas áreas, a safra é finalizada com apenas uma ou nenhuma aplicação de inseticidas para o controle de pragas secundárias, seguindo níveis de controle que ainda levam em consideração a população de inimigos naturais”, ressalta Miguel Soria, entomologista que acompanhou a visita.

amaranthus-palmeriA última praga também já foi destaque por aqui e é uma erva daninha a Amaranthus palmeri, velha conhecida dos produtores de soja e algodão dos Estados Unidos, agora começa a tirar o sono dos produtores brasileiros. Encontrada além dos Estados Unidos também no Canadá, México, Espanha, Portugal, Israel, China, Coréia e Japão as perdas, no caso do milho, pode chegar a 91% da safra. Na soja, pode destruir 79% e 77% no algodão. Foi identificada no Brasil há alguns meses, no Mato Grosso. Vale destacar que ela é bastante resistente a herbicidas, não apresentando nenhum sintoma de fitotoxicidade após as aplicações do produto.