Labor news

2015-06-09 - Mercado Agrícola

Tecnologia BT continua gerando polêmica

Um grupo de trabalho formado pelo Ministério da Agricultura, pesquisadores, empresas e entidades ligadas à produção de soja, milho e algodão, vem trabalhando a cerca de um ano para regulamentar a adoção do refúgio para cultivares com a tecnologia BT, que possui resistência à lagarta e até agora mostrou poucos resultados efetivos. Os avanços vieram apenas em forma de recomendação para os produtores.

As recomendações apontam o refúgio de 10% de plantas sem tecnologia BT para o milho e 20% para a soja, visto que o manejo deve ser diferente de uma lavoura convencional, para garantir a eficiência da tecnologia e evitar a proliferação de lagartas resistentes à proteína Bt.

Um dos eixos do Plano Nacional de Defesa Agropecuária é a criação de um marco regulatório para este tema, com detalhes técnicos, normas para proteção das lavouras e das novas tecnologias.

Há uma grande pressão por parte das empresas detentoras de tecnologia para que as empresas que comercializam as sementes forneçam 20% de variedades convencionais para garantir a implantação do refúgio, mas especialistas da área lembram que esse processo já é tardio, visto que a tecnologia está disponível no Brasil desde a safra 2007/2008, e apenas em 2014 discutiu-se a necessidade da prática de refúgio, que já é realizado desde o lançamento da tecnologia em outros países.

Os especialistas reforçam que o uso da tecnologia BT requer ainda outros cuidados no manejo, não apenas o refúgio, e que todo o manejo deve ser distinto da cultivares convencionais a fim de garantir a sustentabilidade e eficiência da tecnologia.