Labor news

2013-11-14 - Corneta do Agro

Defensivos agrícolas: demora na aprovação e burocracias deixam o Brasil para trás

Na última postagem (clique aqui para ler) comentamos sobre o uso de produtos não autorizados no país e também sobre as sugestões de mudanças no uso do receituário agronômico, hoje abordaremos o outro lado: a demora na liberação de uso de agrotóxicos no Brasil.

Muitas vezes no Brasil, um produto às vezes já ultrapassado continua a ser utilizado, pelo alto custo e na demora para aprovação de novos produtos com a possibilidade de um problema de praga ou doença se prolongar sem solução, quando poderia ser resolvido de forma mais precisa e mais ágil. Por outro lado, produtos são proibidos ou tirados de circulação sem estudos que comprovem a real necessidade da retirada, muitas vezes apenas por pressão da sociedade ou de órgãos ditos representantes da opinião pública. Fato este muito comum principalmente feito pela Anvisa, que no afã de proteger a saúde da população, acaba gerando o uso incorreto de outros produtos, pois a Anvisa proíbe, mas não indica o substituto a altura o que leva o usuário a lançar mão de produtos por conta própria.

O processo de aprovação de um novo agrotóxico deve passar pelo Ministério da Agricultura, pela Anvisa e pelo IBAMA, um processo que pode levar, com sorte, aproximadamente 7 anos e consumir mais de US$ 1 milhão. Veja o infográfico produzido pela Revista Exame abaixo:

anvisa

O resultado desse processo são produtos antiquados, com tecnologia ultrapassada e custo alto para compra no mercado.

O pior é imaginar que um produto já aprovado para uma determinada cultura, para ser inserido e autorizado para uma nova cultura irá passar novamente por quase todo processo, levando entre 2 e 4 anos para obter sua autorização.

Voltando ao debate sobre o receituário agronômico, porque um médico pode receitar um medicamento para várias doenças, em pacientes diferentes e um agrônomo não pode, a partir da sua experiência, utilizar e receitar um defensivo para uma cultura diferente? Por que um produto já autorizado para uma cultura precisa de um novo processo de no mínimo 2 anos para ser utilizado em outra?

Se houvesse mais funcionários técnicos avaliando esses processos (no Brasil são 46 técnicos contra mais de 800 nos Estados Unidos), se os processos fossem mais rápidos e mais baratos, não seria melhor para o país? Justamente um país que tem 23% do PIB ligado ao agronegócio não deveria dar mais atenção ao setor? A autorização de insumos? A fiscalização do seu uso?

Pense nisso!